terça-feira, 9 de julho de 2013

Resenha: A mediadora

A série A Mediadora, escrita por ninguém menos que Meg Cabot, é composta por seis livros e foi publicada no Brasil pela editora Galera Record. Quando comecei a ler o primeiro livro, já percebi que não conseguiria parar até terminar de ler o último. E sabe quando você gosta tanto de uma estória mas fica de saco cheio só de pensar em esperar o próximo volume ser lançado? É, com essa sequência não tive esse problema, pois a série já está completa. E adivinha? Pode ser pior ainda gostar tanto a ponto de se apegar aos personagens, e saber que não tem mais nada pelo que esperar, já que a série ESTÁ COMPLETA. Irônico, não? Claro que há pouco tempo atrás a própria autora anunciou que haveria um sétimo livro da série, mas sem data de lançamento ainda. De acordo com ela nesse sétimo livro os personagens estariam mais velhos, sábios e sexy e o livro vai ser GRANDE! (espero que no mínimo com 500 páginas). E claro que eu surtei com a notícia, então estou aqui, aguardando pacientemente – só que não. Ah os seis livros já lançados tem três capas diferentes, mas vou colocar a foto só da edição mais nova para vocês.
Seria bem difícil fazer a resenha só do primeiro livro, resolvi fazer minha primeira resenha ‘múltipla’, e prometo que vou me esforçar pra não dar nenhum spoiler (pelo menos, nenhum muito importante).
A série conta a história de Suzannah Simon, uma garota de dezesseis anos que está se mudando de NY para a Califórnia, mais especificamente para uma cidade chamada Carmel. Suze, como costuma ser chamada, perdeu o pai aos seis anos e sua mãe, uma repórter de noticiários matinais, casou-se com Andy Ackerman, um cara bem simpático que consegue construir e arrumar praticamente qualquer coisa (tem até um programa na emissora local sobre construções manuais) além de ser um cozinheiro de mão cheia. Ah, e é claro, é viúvo e tem três filhos adolescentes. David, Brad e Jake (ou Mestre, Dunga e Soneca, como Suze gosta de chamá-los). A única pessoa de quem Suze realmente lamenta estar se afastando é sua melhor amiga, Gina. Isso porque, apesar de parecer normal, Suze tem um pequeno segredinho que a diferencia das outras adolescentes: ela é uma mediadora. E isso significa que ela não só vê e escuta fantasmas, como que pode tocá-los (e chutar seus traseiros se eles não se comportam bem, de acordo com ela).
A Terra das Sombras
No primeiro livro da série, assim que entra em seu quarto na nova casa, ela percebe que vai ter problemas. Pois além de uma vista para o mar e uma cama de dossel, o quarto conta também com um inquilino há mais ou menos 150 anos que só ela pode ver. Jesse não é só o fantasma de um cara cavalheiro e altruísta, nããão. Ele também é o primeiro fantasma bonitão que Suze conhece (o que a leva a pensar que sua habilidade em tocar fantasmas pode ir muito além de socar a cara deles de vez em quando).
Quando chega em sua nova escola, o Colégio da Missão, Suze conhece pela primeira vez outro mediador que convenientemente, é o diretor da escola. Padre Dominic percebe logo de cara que está diante de uma mediadora quando leva a aluna nova a seu armário e a antiga dona dele, Heather a chama de pirua e recebe, nada mais, nada menos que um soco na cara.
Claramente, os dois tem formas bem diferentes de mediar os espíritos já que a Suze tende a ser um tanto quanto violenta com eles, mas surge ai uma amizade e confiança bem interessante entre eles. Ao longo do primeiro livro, ambos tem que ajudar Heather (que agora é um espírito bem raivoso, já que se suicidou por causa de um garoto) a passar para o outro lado. O problema é que, quando mais raiva e ódio um espírito tem, maiores são seus poderes. E a louca da Heather tem apenas um objetivo em mente: matar seu ex-namorado, Bryce.
Ainda no primeiro dia de aula, Suze faz amizade com Cee Cee, uma garota albina aspirante a jornalista e com Adam, por quem  Cee Cee tem uma quedinha em segredo e que acabou de tirar a carteira de motorista (o que vem a calhar para Suze, já que constantemente ela precisa de uma carona e nem sempre pode dizer ao motorista onde vai).
Arcano Nove
No segundo volume da série, uma mulher (morta, é claro) acorda Suze no meio da noite gritando e diz que ela precisa avisar um tal de Red que ele não é culpado pela morte dela. Suzannah (que já está mal humorada devido a um terrível caso de sumagre venoso nas mãos) pergunta sobre alguém chamado Red a Cee Cee, e a garota logo indica um dos caras mais ricos de Carmel cuja esposa morreu há alguns anos. Suze dá um jeitinho de entrar em contato com o cara, o que acaba não sendo tão difícil visto que ele é o pai de um paquerinha dela, o Tad. Mas acaba se encrencando feio quando se vê no meio de uma rede de segredos e o responsável por eles é capaz de matar qualquer um para manter a história abafada.



Reunião (a capa mais linda!)
Suze recebe uma visita inesperada e agradável. Gina, sua melhor amiga, vem passar uma semana com ela para matar as saudades. De imediato, seus meio-irmãos começam a disputar a atenção da garota deixando Suze meio enojada. Mas a situação piora quando ela percebe que isso significa ficar uma semana sem falar com o Jesse já que seus encontros secretos e nada românticos porque eles sempre estão falando sobre os fantasmas que podem ou não matar a Suze são no seu quarto. Dessa vez os fantasmas que atormentam a vida de Suzannah são os “Anjos da RLS”. São quatro adolescentes que morreram em um acidente de carro na volta de um baile de formatura. E estão decididos a matar o motorista do outro carro, que por acaso sobreviveu e por acaso estuda na sala da Suze. E qual é a melhor forma de proteger um garoto com aparência de bobão? Claro, fingir ser sua namorada para estar o tempo todo ao seu lado. Mas talvez o perigo seja maior do que Suze imagina e nem o Jesse pode ser capaz de salvá-la dessa vez.

A Hora Mais Sombria
O quarto livro relata as férias de verão de Suzannah. E para a família Ackerman-Simon só há duas alternativas: emprego ou escola de verão. O antagonismo entre Suze e seu meio-irmão do meio, Brad, está cada vez maior e para ficar o mais distante dele possível, ela escolhe trabalhar junto com o meio-irmão mais velho, Jake, no Hotel Pebble Beach como babá. (Brad está tendo aulas particulares e ajudando o pai a cavar um buraco no quintal para uma mini piscina aquecida).No emprego, que é muito bem remunerado por sinal, Suzannah conhece Jack, um garotinho bem anti-social e esquisito que com apenas 8 anos esconde um grande segredo. E como o garoto sempre pede por Suze como babá, ela tem que encarar todos os dias, vestida em um uniforme “estúpido”, o irmão mais velho dele. Paul Slater é atraente, charmoso e praticamente está babando por Suze. Ah é, e ele está VIVO (um grande e importante diferencial já que o carinha por quem Suze tem uma queda está morto há 150 anos e tals). Mas como sempre tem alguém querendo matar Suze, nesse livro conhecemos a queridinha Maria de Silva (a ex do Jesse, uma fantasma meio violenta) e seu amante, Félix Diego (um fantasma bem baixo nível que era traficante de escravos) e os dois farão com que Suzannah literalmente enfrente a hora mais sombria de sua vida.
Assombrado
O pior pesadelo de Suzannah torna-se realidade quando ela volta para o Colégio e descobre que Paul Slater se mudou de vez para Carmel e ainda por cima, foi estudar na Missão. O garoto está decidido a conquistá-la e não percebe que só está deixando Suze ainda mais louca. Ela e Jesse tiveram um grande momento no final do livro anterior, mas agora Jesse percebeu que não a ama e quer se mudar para a reitoria do Colégio e morar junto com o padre Dom. Bem, isso é o que ela pensa sobre a decisão dele. Mas nesse livro os fantasmas ficam em segundo plano, porque Suze está descobrindo as possibilidades de seu dom e seu professor é ~rufem os tambores~ Paul! Isso mesmo, o cara que lhe causa pesadelos e desperta seus desejos mais carnais. Vale lembrar que nesse livro tem a melhor cena de briga entre garotos por uma garota, sendo que um deles está morto e o outro não e a briga acontece no meio de uma festa. Só que a não ser Suzannah, as pessoas só conseguem ver o próprio garoto tentando se matar e acreditem, é extremamente engraçado.

Crepúsculo
O último livro da saga é, logicamente, o mais intenso. Suzannah ainda está descobrindo suas habilidades, enquanto Paul parece ser um expert em tudo. E mesmo que tenha prometido a Suze que não iria ‘matar’ o fantasma de Jesse, ele claramente tem outros planos malignos e Suze precisa descobrir o que ele está tramando há tempo de impedi-lo. O Padre D. está viajando e ela não pode contar com a ajuda de ninguém para salvar Jesse (SPOILER – que finalmente assumiu que a ama e quer ser seu namorado). A questão é que, pela primeira vez, Paul Slater não está sendo o egoísta da trama, mas Suze está. Paul arrumou uma forma de salvar a vida de Jesse, enquanto ele ainda estava vivo e Suze quer impedir, já que se ele não morrer quando e onde ele morreu, ela nunca vai conhecer seu fantasma. Mas será que é isso que Jesse quer?


Eu sei que a resenha ficou longa então vou fazer rapidamente as considerações finais. O meio irmão mais novo de Suze, David, além de muito inteligente é o preferido dela, e o único da família que sabe da existência de Jesse e que ela vê fantasmas. Ele tem muita importância em inúmeras decisões de Suze e bem mais participação do que fui capaz de descrever nos resumos sem dar grandes spoilers. Bem como o padre Dominic, que sempre está presente e ajuda Suze nas horas mais complicadas de sua vida e acaba se tornando um bom amigo da protagonista, além de um porto seguro. E é muito difícil explicar a evolução da história de Suze com Jesse sem dar muitos spoilers, mas garanto que é linda, emociona e conquista (impossível não ficar apaixonada por Jesse). A mãe da Suze é uma fofa (mas meio burrinha por nunca ter percebido que a filha ~dã~ fala com fantasmas) e o pai é um fantasma super protetor que só tem permissão para aparecer de vez em quando, mas sempre nos momentos em que ela realmente precisa. E sua verdadeira partida me emocionou mais que tudo no livro. Cee Cee, Adam e Gina também tem grande participação em todas as aventuras de Suze mas só Cee Cee e Gina chegam a desconfiar de seu dom maluco.
O livro tem muitos erros de revisão, tradução e digitação. Mas sempre vou recomendá-lo porque acho que as emoções e o humor da estória ofuscam tantos erros. Suzannah é uma personagem cética, irônica e sarcástica que sempre tem atitudes muito críveis e pensamentos fúteis, já que tem apenas 16 anos e age como tal, sendo muitas vezes egoísta e imatura (como as adolescentes de 16 anos devem ser). Mas nos momentos certos, mostra que no fundo tem uma boa índole e nem é tão durona quanto gosta de aparentar. É tudo muito apaixonante e eu poderia passar horas e horas falando da série A Mediadora com vocês, mas basta dizer que Meg Cabot é e sempre será genial.

Resenha: As mais

As Mais

"Bom, aprendi que na vida nem sempre é tudo tão divertido. Tem horas que a gente fica triste. O motivo pode ser sério ou até bobo. Mas, se estivermos rodeadas de pessoas que gostam da gente, tudo fica mais fácil"(pág 59)


Maria Rita (Mari), AninhaIngrid e Susana, são as MAIS. Quatro amigas com personalidades super diferentes que resolvem, depois da ideia de uma das professoras, escrever um livro contando suas aventuras no último ano do Ensino Fundamental, o nono ano. E a história é apresentada a nós, leitores de forma muito peculiar, visto que cada trimestre é contado por uma das MAIS, na ordem da sigla.

E quando eu digo diferentes quer dizer diferentes mesmo. Patrícia quis mostrar o quanto a vida pode ser mais divertida se ao invés de criticarmos as diferenças, as aceitarmos e, assim, aprender a lidar com a diversidade, utilizando-a de forma complementar.

Mari é espontânea, atrapalhada, engraçada e vive pagando micos (prepare-se para se divertir bastante nesta parte do livro); Aninha é estudiosa, responsável, linda (daquelas que comem e não engordam, que causam inveja em muita gente) e, inclusive, éblogueira literáriaIngrid é romântica, otimista, ligada em esoterismo, ama a cor rosa e adora filmes de amor; por fim, Susana é atleta e adora cuidar da aparência, é a ela que todas recorrem quando precisam de dicas de beleza.

Vai dizer que não conhece pessoas com essas características? Ou melhor, vai dizer que você não é como uma das MAIS ou que, assim como eu, conseguiu constatar particularidades suas em cada uma delas? Pois é, até com a Susana eu consegui me identificar, mesmo odiando esportes e não sendo ligada em assuntos de beleza.

É importante dizer que a Patrícia conseguiu perfeitamente fazer cada uma de um jeitinho, você sabe quem é que está "falando" antes mesmo de ler os nomes e não deve ser fácil fazer isso com quatro protagonistas.

Outro ponto positivo, para mim, é de a história se passar no Rio de Janeiro. Consegui identificar a maioria dos locais citados.

Quem conhece um pouquinho que seja da autora, consegue imaginá-la te contando a história. Isso aconteceu comigo durante toda a leitura. E é incrível quando o autor consegue criar uma identidade para suas obras.

Aliás, este é o segundo livro que leio da Patrícia e é notável a evolução de sua escrita. Mas, ambos possuem uma característica em comum, trouxeram-me muitas recordações e, como boa canceriana que sou, eu simplesmente amei reviver minha época de escola!

Vale ressaltar que o livro está maravilhoso: capa, parte interna, ilustrações, revisão, enfim... Cada detalhe! Parabéns a Verus e a Patrícia pelo trabalho, dá para perceber que tudo foi feito com muito carinho para nós, leitores.

Enfim, super recomendo para todos! Se você é da faixa etária a que o livro visa atingir vai amar a história das MAIS. E, se assim como eu, gosta de relembrar o passado, vai adorar do mesmo jeito.